Há cerca de oito dias,
ao chegar à minha casa do Pombalinho, vi-me confrontada com a notícia de que o
meu tio tinha sido hospitalizado. Claro que já todos tivemos familiares
hospitalizados, e eu não sou excepção. Talvez por alguma outra razão que me
faça, nesta altura, sentir mais sensível ou fragilizada, dei comigo a pensar
que não seria possível que alguma coisa de mal fosse acontecer. «Não ao meu
tio», gritei interiormente. Felizmente a situação não é demasiado preocupante…
e, apesar de ainda se encontrar internado, as “coisas” estão controladas.
Pouco depois, dei comigo a reflectir… trata-se do meu tio mais
novo, aquele com quem convivi mais de perto, junto do qual nasci e cresci…o pai
dos meus primos mais novos aqueles que me vêm imediatamente à memória quando
ouço a palavra “primo” e por quem sinto um afecto especial feito de ternura,
carinho e cumplicidades! (que me perdoem todos os outros…)
Corri ao hospital a saber notícias, num misto de sensações
difíceis de definir: Por um lado a insegurança pela ainda escassa informação,
por outro a dificuldade que seria vê-lo fragilizado e indefeso… («como é
possível que o tio tenha tido um enfarte, se faz tanto exercício?» –
perguntou-me o meu filho)… «Oh, como gostaria de ter coragem de lhe dizer
quanto gosto dele e quanto desejo que regresse depressa a casa» – pensei eu.
Não é fácil expormos os nossos sentimentos…muito menos ainda
falarmos deles “cara a cara”. Agradeço, por isso ao Manuel, a oportunidade de,
daqui, dizer ao tio Ezequiel:
- Tio, a sua sobrinha ama-o muito. Volte depressa e com muita
força.
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